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Cabo Norte

(Alemanha, Dinamarca, Suécia, Noruega e Luxemburgo)

Junho de 2015

14º Dia

Segunda-feira, 22 de junho de 2015

Hora: 8:30
Destino: Nordlandsporten (Noruega), 412 Km

Coordenadas GPS: N 65.101253 E 13.343681

Apesar de já estarmos cerca de 1 000 Km abaixo do Cabo Norte, as noites continuavam frias. Cerca das 8:30 estavam 8º C, no entanto viam-se pessoas vestidas com roupa de verão, como se estivesse o nosso padrão de calor.

Demos uma volta pela cidade, que não é muito grande mas é simpática e agradável.

Apesar de ser ainda relativamente cedo, deu para se ficar com uma ideia da cidade. 

No centro Bodø, num parque de estacionamento com lugares reservado para autocaravanas, havia água grátis, aproveitamos para atestar.

A Noruega é um país lindíssimo, no entanto pode-se dizer que praticamente não há autoestradas, ou seja, há aproximadamente 92 946 km de estradas na Noruega, dos quais 72 033 km são asfaltados e apenas 664 km são auto-estradas. As rotas nacionais mais importantes são parte do sistema de estradas europeias, sendo as duas mais importantes a E6, indo do norte para o sul através de todo o país, e a E39, que acompanha a costa oeste.

Do Cabo Norte a Oslo a distância são aproximadamente 2 200 Km feitos através da E6, tudo isto para dizer que a E6 é imensa e tem uma velocidade de circulação relativamente baixa. Imagine-se o que é fazer em Portugal 2 200 Km numa estrada com mais limitações que a nossa EN 1. Percorrer a Noruega de norte a sul é sempre algo demorado, e em cada dia de viagem é difícil percorrer mais do que 400 Kms por dia. Por já termos estado na Noruega e sabermos as limitações que há em termos de circulação, fizemos um planeamento para uma média diária de quilómetros percorridos em território norueguês na casa dos 300 Km. Felizmente  as coisas têm-nos corrido bem, pelo que estamos a conseguir ultrapassar esse valor de referência.

Por isso tivemos que nos fazer à estrada, e com pena nossa, deixar Bodø para trás.

Percorridos alguns quilómetros atestou-se de novo a autocaravana, foram 481,44 NOK, aproximadamente 58 €. Atestámos igualmente de gasolina o gerador, foram 55,90 NOK cerca de 7 €.

A paisagem continua indescritível, há imensos lagos, com montanhas cheias de neve, quedas de água impressionantes, rios com caudais consideráveis. A natureza é linda e os noruegueses uns privilegiados.

Em Mo i Rana, parámos, para dar uma pequena volta pela cidade. É muito pequena, tem menos de 20 000 habitantes, a mineração, construção de barcos e a pesca são as principais atividades. O clima de Mo i Rana é classificado como subárctico, com invernos longos e frios, os verões são curtos e quentes.

É uma cidade dentro do padrão das cidades do norte da Noruega.

Prosseguimos caminho em direção ao Circulo Polar Ártico. Fizemos bastantes quilómetros numa zona de planalto onde havia imensa neve. Era tudo branco ao nosso redor. Fizemos uma paragem no Circulo Polar, onde tirámos fotografias e comprámos algumas recordações. Havia muitos turistas a tirar fotos junto aos diversos monumentos que estão à volta do edifício.

Aqui há um local de paragem agradável muito movimentado. A passagem do Circulo Polar na Noruega (na E6) é assinalada um pouco ao estilo  da Finlândia. Ninguém passa por este local sem parar. Apesar de ser uma linha imaginária significa para nós que daqui em diante apesar de ainda ser dia durante as 24 horas, iremos deixar de ver o sol à meia noite. Passaremos a ter todos os dias o pôr-do-sol.

Prosseguimos, tendo parado para almoçar num local muito agradável, junto a um rio, onde havia uma ponte de passagem de comboios. Havia mesas, bastantes árvores, o local era muito limpo e tranquilo, aproveitou-se ainda para fazer uma pausa para descansar um pouco.

Falar na Noruega é falar sempre em túneis, neste percurso foi inevitável passar alguns, um deles tinha cerca de 8 km de cumprimento.

Foi na Noruega que passámos noutra viagem, uns anos antes, o túnel rodoviário maior do mundo. O Túnel de Lærdal, é um túnel rodoviário, com 24,5 km de extensão, ligando Lærdal e Aurland. Este túnel foi inaugurado em 2 000, passámos por lá algum tempo depois da inauguração. Este é um túnel especial, diferente de todos os que conhecemos e podemos dizer que são muitos. Um objetivo importante para os engenheiros foi fazer que uma travessia do túnel fosse uma experiência agradável, onde os condutores se sentissem seguros e guiassem com segurança. Para conseguir isso, o seu interior foi projetado com a ajuda de, entre outros, psicólogos de trânsito num instituto de pesquisas e especialistas em iluminação.

O túnel não é totalmente recto, há propositadamente curvas suaves, para evitar que os condutores fiquem sonolentos. Mesmo assim, a visibilidade é de cerca de mil metros. Existe algo fantástico, que são três câmaras do tipo caverna, que quebram a monotonia da viagem e dão a sensação de se estar passando por quatro túneis menores em vez de um bem grande. A iluminação especial nessas câmaras, com luz azul em cima, criam a ilusão da luz do dia e de que ali há uma ligação à superfície e que há luz exterior. Pura ilusão!

Fizemos a travessia deste túnel no percurso Oslo-Bergen, foi algo único que ainda hoje recordamos.

Percebemos nessa altura que se havia alguém altamente experiente e capaz de fazer túneis são os engenheiros noruegueses. Atrevemo-nos a dizer que a Noruega é o país do túneis.

Desejávamos chegar a Trondheim, mas como ainda estávamos longe, a cerca de 320 Km, decidimos pernoitar numa APN (N 65.101253 E 13.343681), na Nordlandsporten. É bastante ampla, já lá estavam na altura umas oito autocaravanas e pelo menos um TIR.

Na estrada E6, mesmo na entrada desta área de pernoita há um pórtico que assinala a fronteira da Nordland, que é um condado da Noruega com cerca de 237 000 habitantes, com o condado de Nord-Trøndelag, que tem cerca de 130 192 habitantes. A saída da Nordland significa definitivamente que nos afastamos cada vez mais da paisagem ártica.

Estivemos a conversar com um casal norueguês, simpatiquíssimo, que estava com os filhos e um cão muito giro. Este casal é duma zona da Noruega a norte encostada à Rússia e vivem a sul do fiorde Geiranger. Todas a vezes que vão visitar a família no sul da Noruega, gastam quatro dias para cada lado, sendo esse um dos motivos pelo qual adquiriram a autocaravana. Em jeito de graça referiram que o cão, que tinha na altura oito anos, cresceu dentro da autocaravana. O cão era um lindo São Bernardo.

Nota-se um esforço muito grande na melhoria da estrada E6 que liga o sul ao norte, mas ainda há muito trabalho a fazer até que a Noruega possa dizer que tem estradas de acordo com o padrão europeu.

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